A Rússia está sendo isolada internacionalmente por sua absurda agressão à Ucrânia. Não é injusto, pois guerras nunca têm motivos justos – e esta em curso foi iniciada por decisão do presidente russo, Vladimir Putin.
Já não teríamos a participação da Rússia como tal na Copa do Mundo de 2022 – assim como aconteceu nas últimas Olimpíadas (de Verão e de Inverno), os russos não poderiam usar seus símbolos nacionais e seriam chamados pelos nomes de suas federações esportivas. Agora nem assim sua seleção irá ao Mundial.
É justo que se puna a Rússia, inclusive excluindo-a de competições esportivas tal qual aconteceu com a Iugoslávia (aliás, uma das histórias mais interessantes da história do futebol se deu por conta disso: a Dinamarca havia perdido a vaga na Eurocopa de 1992 para os iugoslavos, e por conta da punição foi chamada em cima da hora e acabou campeã). Mas é preciso apontar a hipocrisia: está muito fácil só bater na Rússia.
Nem vou falar do passado recente (o qual seria motivo para excluir os Estados Unidos até de jogos de videogame em qualquer esporte, assim como Israel). Fico no presente mesmo. Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos estão intervindo, com bombardeios e tudo, na guerra civil travada no Iêmen (país mais pobre da Península Arábica), e não vejo qualquer sinal de punição a qualquer um dos dois países que fazem a mesma coisa que a Rússia. Aliás, faz pouco mais de três semanas que a FIFA realizou um Mundial de Clubes justamente nos Emirados Árabes.
A próxima Copa do Mundo, da qual a Rússia está excluída, acontecerá no Catar, país onde mulheres vítimas de estupro podem acabar passando à condição de acusadas.
Aliás, a última Copa foi realizada justamente na Rússia, que em 2018 já intervinha em partes da Ucrânia onde a maioria da população é de origem russa. Quando envolvia seus lucros, a FIFA foi bem amiguinha de Putin… Agora, repito, é fácil bater nele.