O meu 2022

Pela primeira vez em muito tempo, não publiquei meu tradicional texto de balanço do ano que se encerrava em seu último dia. O principal motivo foi não ter começado a escrevê-lo antes: pretendia fazê-lo na noite de 29 de dezembro, mas o falecimento do Rei Pelé tomou toda a minha atenção; meu pai faz aniversário no último dia do ano e assim a noite anterior foi de churrasco pensando no abraço à meia-noite. E no 31 de dezembro de 2022 simplesmente não parei.

No fim, foi até melhor. Veio o 1º de janeiro de 2023, e enfim a posse de Lula para pôr fim ao pesadelo que foi o (por assim dizer) governo Bolsonaro. O pior presidente que o Brasil já teve fugiu sem se dignar a passar a faixa a seu sucessor; mas de certa forma acabou sendo melhor assim, pois a entrega por parte de representantes do povo brasileiro a Lula foi linda e simbólica do que representa este terceiro mandato dele. Será um imenso desafio reconstruir um país que vinha sendo saqueado desde 2016 (pois tudo isso começou com o golpe contra Dilma naquele ano), e procuro não me iludir com as lembranças da bonança que vivemos nos dois primeiros mandatos de Lula.

O primeiro dia de 2023 foi, de certa forma, o ato final de 2013, visto que o inferno pelo qual passamos começou com a captura das manifestações daquele ano pela direita.


A eleição presidencial foi, sem dúvida alguma, o momento definidor de 2022. Caso Bolsonaro tivesse sido reeleito, provavelmente eu estaria falando de um ano “trágico”, tal qual foi 2018 (que no aspecto pessoal esteve longe de ser ruim, ainda que também de ser dos melhores). Como a maioria do povo (ainda que por estreita margem) optou por Lula, podemos respirar aliviados: o país se livrou de mergulhar numa ditadura que poderia fazer 1964 parecer “brincadeira de criança”.

2022 foi o ano no qual conheci a covid-19 “de perto” – digo, com o vírus no meu corpo. DUAS VEZES: uma em fevereiro e outra em novembro. Felizmente, ambos os casos foram leves e, que eu saiba, não transmiti para ninguém. E pensar que tem gente por aí dizendo que vacina não funciona… Estar imunizado com a terceira dose (em fevereiro) e com a quarta (novembro) certamente fez toda a diferença – ainda mais que felizmente não tenho comorbidades. Em compensação, no final de junho tive um resfriado (doença para a qual infelizmente não existe vacina) que me deu muito mais congestão nasal que as duas vezes que peguei covid SOMADAS.

As vacinas ajudarem a preservar minha saúde é uma das razões pelas quais nada tenho a reclamar de 2022. No aspecto pessoal, aliás, foi um belo ano. Viajei pela primeira vez desde 2019 (em 2020 e 2021 não o fiz por conta da pandemia de covid-19) e também pela segunda: em janeiro fui à Praia do Cassino por poucos dias; em março fui a Curitiba e Florianópolis, retornando a Porto Alegre no começo de abril. Voltei à Arena do Grêmio após afastamento de quase dois anos imposto pela pandemia (poderia ter retornado ainda em 2021 mas esperei até 2022). Já que falei de futebol, o Grêmio voltou aos trancos e barrancos para a Série A mas no último dia do ano anunciou Luis Suárez (ou seja, entra MORDENDO em 2023). Teve Copa do Mundo para fechar o ano “com chave de ouro”, com Messi jogando tudo o que sabe e mais um pouco para ajudar a Argentina a conquistar a taça pela terceira vez, trazendo-a de volta a América do Sul após 20 anos.

O ano de 2022 foi também de aprendizados em termos profissionais, muito por minha opção de mudar de setor no trabalho. Falo tão mal daquela galera “coach” que fala em “sair da zona de conforto”, mas ironicamente fiz isso – no caso, pedi para sair da unidade onde trabalhava desde 2016 – e não me arrependo nem um pouco.

Não acho que 2022 tenha sido o melhor ano da minha vida. Mas foi o melhor desde, pelo menos, 2015, ano que quando acabou considerei como ruim mas hoje em dia percebo como fundamental para o que sou hoje, pessoal e profissionalmente. Até entendo que muita gente tenha achado ruim, pesado, por conta da política, mas se pensarmos no resultado final, dá para dizer que valeu a pena. E para mim, valeu demais.

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