Meus jogos no Olímpico Monumental: 1999

No final de 1998, houve eleição presidencial no Grêmio. O oposicionista José Alberto Guerreiro, que já concorrera em 1996, venceu Saul Berdichevski, candidato da situação – Cacalo, que estava em seu primeiro mandato, não quis concorrer à reeleição.

Assim, o clube entrava em 1999 sob novo comando, mas mantendo o técnico Celso Roth, após a bela reação no Campeonato Brasileiro de 1998, quando o Grêmio saiu da lanterna para ficar entre os oito melhores. Roth resistiu até setembro, quando sucumbiu à má campanha do Tricolor no Brasileirão de 1999. Foi substituído por Cláudio Duarte, que não melhorou muito as coisas, já que o Grêmio acabou em 18º lugar entre 22 clubes, e só não esteve seriamente ameaçado de cair devido ao novo critério para determinar os rebaixados: pela média de pontos de 1998 e 1999, com a boa campanha no ano anterior aliviando a barra gremista enquanto dois clubes que ficaram à frente do Grêmio naquele campeonato, Gama e Paraná, caíram. (Se bem que em 2000 teríamos aquela sensacional virada de mesa…)

Mas nem tudo foi fracasso em 1999. Em abril, o Tricolor conquistou a primeira (e única) edição da Copa Sul, e em junho ganhou o título estadual, com Ronaldinho brilhando – e humilhando. O problema é que no segundo semestre, a cada entrevista após uma derrota, Guerreiro sempre dizia: “no primeiro semestre o Grêmio disputou três competições e ganhou duas” – um bordão semelhante às referências de Paulo Odone à Batalha dos Aflitos em 2011 e 2012. Irritava demais. Continuar lendo

A maior tradição do futebol brasileiro

Engana-se quem pensa que vou falar de “futebol-arte” e coisa parecida. Pois isso nem é exclusividade do Brasil: se o que Maradona jogava (e agora Messi joga) não se encaixa nesse conceito de “arte” do qual falam tantos opinistas, não sei mais o que é “futebol bonito”.

A maior tradição do futebol brasileiro chama-se politicagem. Nisso sim, somos inigualáveis. Tanto que, depois de relativa calma nos últimos anos, os clubes trataram de lembrar “os velhos tempos”, com o racha no Clube dos 13 e a possibilidade de acertos em separado com duas emissoras de televisão para a transmissão do Campeonato Brasileiro de 2012 (fim do mundo?) em diante. (E o Grêmio vai negociar diretamente com a Globo, ou seja, provavelmente ainda teremos por um bom tempo os jogos no maldito horário das 21h50min, sem contar que se manterá o monopólio “global”; e além de tudo, isso poderá ser muito prejudicial ao Tricolor, com clubes do eixo Rio-São Paulo recebendo mais que o Grêmio numa proporção muito superior à da atualidade.)

Continuar lendo

Todos ao Olímpico quarta!

O time está mal. O empate de ontem com o Atlético-PR não foi um bom resultado, como já andaram dizendo: ouvi o jogo pelo rádio e percebia que o Grêmio dominava. Só faltou algo: o gol da vitória. Quando a fase é ruim, parece que não tem jeito, a bola não entra mesmo.

Mas há, sim, uma maneira de sair dessa situação: com a torcida transformando o Olímpico num caldeirão. E a primeira oportunidade é nesta quarta, contra o Guarani: o jogo será cedo, às 19h30min (talvez até cedo demais, se levarmos em conta que muitos não conseguem sair do trabalho a tempo de chegarem ao estádio), mas ao menos não será no estúpido “horário da televisão” (22h); haverá promoção de ingressos (“paga um, leva dois”, como em 2003 – a única diferença é o preço, pois naquele ano cada dupla de gremistas entrava pagando apenas R$ 5); e com todo o respeito ao Guarani, não podemos negar que é um adversário bem mais fácil que o Santos de Neymar e Ganso (agora machucado, o que é uma pena para o futebol brasileiro), ou seja, é jogo para ganhar!

Como peguei um resfriado por conta da maldita umidade excessiva que se seguiu à secura do começo da semana passada, e há previsão de chuva para a quarta, já trato de ir tomando meus remédios e uns bons copos de suco de laranja (ou seja, vitamina C) para poder me somar aos milhares de gremistas que estarão no Olímpico para empurrar o Tricolor rumo à vitória!

————

Como “recordar é viver”, e também para servir de motivação, não custa nada lembrar que hoje faz 15 anos que o Grêmio ganhou sua segunda Libertadores.