Desde que voltei a atualizar o blog com maior frequência, ano passado, poucas vezes passei tanto tempo sem um texto novo. E não foi por falta de motivos: meu velho computador, comprado em 2014, deu problema mais uma vez. Acabei fazendo meu bolso sofrer comprando um novo, mais atualizado, mas manterei o antigo como reserva.
Assim o mês de julho passou praticamente inteirinho sem um texto sequer. Acabei não escrevendo sobre minha METAMORFOSE (de humano para jacaré): tomei a tão desejada primeira dose da vacina contra a covid-19 no dia 7, uma quarta-feira. No mesmo dia começou a famosa reação da AstraZeneca com calafrios (debaixo de muitas cobertas) e uma febrezinha que passou (para não mais voltar) após tomar um remédio; na quinta-feira acordei como se tivesse ido à academia na madrugada, com muitas dores pelo corpo e também com a cabeça doendo, mas ao final dela já não sentia nada além da dor no braço da injeção – esta sim foi a maior marca, persistiu até o domingo. (Para efeito de comparação, dia 22 tomei a vacina contra a gripe e o braço doeu bem menos e por menos tempo.)
Também não falei do frio, que veio com força no final de junho. É bem verdade que já não gosto tanto de inverno como antigamente (em especial da parte de ficar encarangado dentro de casa, sofri com isso naqueles dias gelados de um mês atrás), mas continuo me irritando com “posts lacradores” de rede social associando o frio com mortes e “apontando o dedo” para quem curte essa época do ano e não gosta de verão (sigo detestando o “Forno Alegre”). É muito fácil culpar o clima e esquecer da desigualdade social que, QUEM DIRIA, faz os mais pobres sofrerem em qualquer época do ano. Afinal, também é preciso dinheiro para ir à praia e assim fugir do inferno no qual a cidade se transforma nos dias mais quentes. Se eu, que estou longe de passar necessidade, opto por permanecer em casa no ar condicionado pois viajar ao litoral faria um rombo nas minhas finanças, imaginem quem mora num casebre e precisa se contentar com no máximo um ventilador ou quem vive nas ruas e tem de mendigar para conseguir um pouco de água para matar a sede.
Teve Eurocopa e agora está rolando Olimpíada em Tóquio, e pela primeira vez sinto falta de ter TV por assinatura, que cortei há dois anos. Afinal, passei a depender da Globo ter vontade de transmitir os eventos. Na Olimpíada é só esperar acabar a novela (é tudo de madrugada mesmo), mas não consegui assistir a várias partidas da Euro por falta de televisionamento. Apesar disso, não cogito voltar a assinar um pacote: é muito dinheiro para ter uma imensidão de canais dos quais assistia apenas a meia dúzia (no caso, os esportivos). Quando permitirem que eu monte meu próprio pacote (e sem limite mínimo), aí posso pensar no assunto.
Teve Cepa Cova Copa América no Brasil também. Só assisti ao segundo tempo de uma das semifinais (Argentina x Colômbia) e à final. Não me senti nem um pouco menos brasileiro por ficar feliz com a vitória argentina (e de Messi). Um desfecho merecido para uma competição que nem deveria ter acontecido (teve outra Copa América em 2019, por aqui também) e só foi realizada porque nosso governo genocida topou fazer para salvar a Conmebol do prejuízo que representaria o cancelamento do torneio (Argentina e Colômbia sediariam, mas abriam mão). A Seleção Brasileira ensaiou um protesto e se falou na possibilidade de boicote, o que certamente a reaproximaria do povo do qual tanto se distanciou (só manda partidas das Eliminatórias no Brasil por obrigação, se dependesse da CBF os jogos seriam em Londres ou Miami). No fim o que teve foi um manifesto mixuruca como as notas de repúdio contra Bolsonaro (AS INSTITUIÇÕES ESTÃO FUNCIONANDO, TALQUEI?) e os jogos aconteceram “normalmente” – sem público, em contraste com os cantos de torcida que se ouviam na Eurocopa.
O Brasil para o qual eu torço é o que disputa medalhas em Tóquio, a despeito da falta de incentivos e investimentos. Cada pódio me deixa feliz e orgulhoso, mas também com a sensação de que poderiam ser bem mais. Potencial é o que não falta neste país.