O top 10 de 2020

Não, o fato de estarmos ainda em agosto não faz ser “muito cedo” para escrever uma lista assim. Duvido que se deixasse para dezembro ela seria muito diferente. Afinal, 2020 já está garantido no futuro como um ano do qual qualquer sentimento de saudades deveria ser classificado como doença mental.

Neste infame ano, várias expressões “forçaram a porta” e entraram no nosso cotidiano. Todas elas, não vejo a hora que voltem para o lugar de onde jamais deveriam ter saído.

É um top 10 ranqueado pela RAIVA que sinto por cada uma delas. A ordem da publicação é “decrescente”, com uma breve explicação abaixo de cada item. Vamos a eles.

10. Lockdown

Entrou na lista só para “completá-la”. E também para lembrar da raiva que sinto de “líderes” fracos, acovardados, que poderiam ter impedido que vivêssemos uma calamidade – e também que eu escrevesse esta lista, visto que não sentiria 1% da raiva que sinto hoje, na situação pela qual passamos;

9. Fique em casa

Sempre gostei muito de ficar em casa, e inclusive considero que a felicidade só é possível quando nos sentimos bem onde moramos. Mas, desde que isso seja por vontade própria. Ter de ficar em casa – ainda mais quando 95% das pessoas que também precisariam e poderiam não ficam – é uma merda;

8. Cloroquina

Nem era para estar na lista. Trata-se de um medicamento muito útil para quem sofre de doenças como malária e lúpus. O problema é que nosso “presidente” tratou a cloroquina como se fosse um “santo graal” contra a covid-19, e até mostrou uma caixa de remédio para uma ema. Ele jura que se curou graças à cloroquina, mas ainda não vi um vídeo que mostrasse ele abrindo uma caixa e tomando um comprimido tirado de dentro dela;

7. Novo normal

Que a dita “normalidade” mudou muito ao longo da história, não é (ironicamente) uma novidade. Inclusive uma doença, a AIDS, mudou a forma como transamos, nos estimulando a usar preservativo. Mas eu não aguento mais ler e/ou ouvir esta expressão. Pois se o “novo normal” for trabalhar em casa e usar máscara sempre (imagina no verão), prefiro mil vezes o “velho” (mesmo não podendo voltar a ele);

6. Home office

É verdade que já se falava nele antes disso tudo. Mas mesmo antes eu já tinha “os dois pés atrás”. Querem que a pessoa trabalhe de casa, mas sem fornecer equipamento e também a estrutura necessária? Não se surpreendam se as ofertas de emprego num futuro não tão distantes anunciarem como pré-requisitos não só a formação e (em muitos casos) a experiência prévia, como também computador com determinadas aplicações e configurações. O “home office” pode parecer bacana, e dependendo da pessoa até pode ser (não precisar passar horas no trânsito é um ganho em qualidade de vida), mas algum empregador está disposto a dar um auxílio para que seu funcionário tenha uma estrutura melhor em casa, de modo a não precisar trabalhar na mesma sala (e na mesma mesa) onde faz as refeições pelo simples fato de não ter outro local? Me parece óbvio que não;

5. Pandemia

Não é a primeira que a humanidade atravessa, e certamente não é a última. Eu mesmo já passei por outra, a da gripe A em 2009-2010. Só que naquela época ela não era o assunto dominante. Houve algumas alterações de rotina – o início do 2º semestre de 2009 na UFRGS foi adiado em duas semanas para conter a disseminação do vírus, por exemplo. Mas nada parecido com agora, visto que para gripe já existia vacina, bastava adaptá-la à nova cepa do H1N1. Teve até Copa do Mundo: o fim da pandemia foi declarado pela OMS um mês após o apito final do Mundial de 2010 na África do Sul;

4. Coronavírus

Outros coronavírus já causaram surtos no passado, sendo o mais famoso deles o da SARS em 2002-2003. Há vírus da mesma família que causam resfriados, e considerando a quantidade de vezes que me resfriei (só em 2019 foram três), é bem possível que eu já tenha estado em contato com algum deles. Mas seria bem melhor se essa expressão seguisse apenas no cotidiano de virologistas;

3. Covid-19

A doença causada pelo coronavírus descoberto no final de 2019, responsável pela desgraça atual. Maldita para sempre;

2. Quarentena

A própria palavra indica que ela se origina de “quarenta”; no caso, seria o tempo de isolamento de uma pessoa para se curar de uma doença e não transmiti-la. Pode ser até menos, como na própria covid-19: cerca de 15 dias após chegar de uma área onde há grande incidência é suficiente. Mas aqui no Brasil, onde muitas vezes se tem a impressão de que tudo é feito errado desde 1500, já são bem mais de 40 dias. Já deixou de ser “quarentena”, é mais que isso. Passou de “cinquentena”, “sessentena”, “setentena”… 160 dias: “cento-e-sessentena” ou, considerando que é o quádruplo de 40, “quaquarentena”;

1. Isolamento social

A grande campeã, sem dúvida alguma. Uma das grandes desgraças de 2020, provavelmente uma das piores épocas de toda pessoa viva neste momento. O ser humano é um animal social, e por conta de um inimigo invisível está precisando se furtar a uma de suas principais características. Sejamos introvertidos ou extrovertidos, todos nós precisamos de contato social: com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho etc. Algumas pessoas necessitam mais, outras menos, mas abdicar totalmente disso, só quem deseja se tornar um ermitão. O que não é o meu caso e o da maioria esmagadora da humanidade, que por conta disso reservará a 2020 um lugar cativo na lista dos piores anos já vividos.

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A primeira do ano

Quando um novo ano começa, qualquer coisa que seja “a primeira” a acontecer vira destaque. O primeiro bebê a nascer, por exemplo. (Em 2000 – ou seja, há 14 anos – foi uma verdadeira neurose.)

Agora há pouco, começou a chover (e já parou). Aqui na região de Porto Alegre onde moro (ressalto “a região de Porto Alegre onde moro”, pois chuva de verão é assim: às vezes desaba o mundo em alguns bairros e em outros não cai uma gota sequer), é a primeira do ano.

Mas, considerando o calorão que estava, digo sem pestanejar: até agora é a melhor do ano, e certamente estará no “top 10” das melhores chuvas de 2014 quando chegar o 31 de dezembro.

Top 10

Não começo nunca a minha lista de 30 jogos marcantes… E até foi bom. Cheguei à conclusão de que se fosse escrever um texto para cada, levaria muito tempo. E se fosse pôr todos no mesmo, ficaria gigantesco.

A nova ideia – e essa sim eu pretendo cumprir – é de um “top 10”. Não veio por acaso, pois no post em que anunciei a intenção de fazer uma lista de 30 jogos, meu amigo Leonardo Sato comentou que é “viciado em fazer listas”, com um único critério: o valor para ele. E, pensando bem, me parece uma ideia interessante – claro que aplicando o critério “valor para mim” (a do Sato, quem tem de fazer é ele…).

Vou, então, postar várias listas de “top 10”. Não defini datas específicas, para não correr o risco de descumprir o cronograma. Mas pretendo começar logo (pois já faz um mês que tive a ideia de fazer uma lista!).

Vexame

Foi em 2009 que o Impedimento promoveu sua hilária série “Top 10 – humilhações”, sobre os principais fiascos de vários clubes brasileiros – com textos produzidos por torcedores dos times humilhados. Sobre os vexames do Grêmio, concordo com alguns, outros eu acho que poderiam ser substituídos por jogos ainda mais vergonhosos.

Pois a partida de quinta seria digna de integrar tal lista, se feita agora. Pois o Grêmio não simplesmente perdeu jogando horrivelmente mal: o Oriente Petrolero já estava eliminado, logo, decidiu poupar titulares para a competição que pode vencer, que é o Campeonato Boliviano. Mas, ainda que jogasse com força máxima, ainda assim a vitória era obrigação para o Tricolor, mesmo sem Douglas.

Não havia a desculpa da altitude, visto que a partida era em Santa Cruz de la Sierra (416 metros, mais baixo que Gramado). E lembremos que o Grêmio já venceu quatro partidas “acima das nuvens” em Libertadores passadas – curiosamente, todas por 2 a 1: Bolívar, em La Paz (1983); El Nacional, em Quito (1995); América, na Cidade do México (1998) e Aurora, em Cochabamba (2009).

Mas o pior nem é o que aconteceu na Bolívia. Pois acontece muitas vezes de um time vir bem, e numa partida simplesmente tudo dar errado. O problema, é que o jogo de quinta não foi exatamente uma exceção em 2011: o Grêmio só ganhou o primeiro turno do Gauchão porque o Caxias abdicou de jogar futebol no 2º tempo daquela decisão; se classificou como um dos piores segundos colocados na Libertadores, num grupo em que poderia ter sido um dos melhores primeiros; e são raras as boas atuações neste ano (só lembro de duas: contra o Ypiranga, nas quartas-de-final do primeiro turno do Gauchão; e semana passada contra o Júnior Barranquilla).

Na quinta, as coisas “apenas” foram piores, com Escudero tropeçando duas vezes na bola, Borges perdendo gol a la Jonas, Gabriel jogando nada e fora de posição (se na lateral já não andava muito bem…), Rodolfo sendo expulso de forma estúpida, e o segundo gol do Oriente Petrolero deu uma amostra do que foi o time do Grêmio na partida: o último “defensor” no lance era Vinícius Pacheco – afinal, onde é que estava a zaga?

Quando eu “liguei a enxuta”

Depois da hilária série “Top 10 – Humilhações”, com posts sobre os maiores vexames dos grandes clubes brasileiros, o Impedimento lançou uma nova, dedicada apenas ao que o torcedor mais faz no futebol, além de torcer: secar.

Cheguei a fazer uma lista preliminar das minhas maiores secadas, mas agora a completo. E boa parte das referentes ao Inter é dessa década: afinal, os anos 90 foram gremistas, não era preciso secar muito… Era muito fácil o Inter perder quando os colorados mais acreditavam naquele ditado de que “agora, vai”.

Vale a pena chamar a atenção também que não só o Inter foi alvo da minha secação, como vocês verão – e elas nem sempre aconteceram por motivos meramente futebolísticos. Mas nenhum time foi mais secado do que o da beira do rio, afinal, eu tenho “inimigo na trincheira”: modéstia a parte, eu sou um herói por aguentar o meu irmão Vinicius (colorado mais chato da face da Terra) por tanto tempo sem lhe dar sequer um soquinho. Creio que a melhor maneira de suportar isso é… Secando!

Então, vamos ao meu “Top 10 – Secadas”.

10. Flamengo 1 x 0 Inter (13/12/1987)

Eu assisti o jogo decisivo do Campeonato Brasileiro junto com o meu pai e o meu irmão, os dois colorados. Se bem que o meu irmão tinha só 2 anos e meio, assim, ainda não incomodava.

Não que tenha sido uma grande secada, mas é a mais antiga que eu lembro, então precisa estar na lista.

9. Bragantino 1 x 0 Inter (24/11/1996)

Essa entra não tanto pela secada, e sim pelo “ato coletivo”.

Jogavam Grêmio e Goiás no Estádio Olímpico, e ao mesmo tempo, Bragantino e Inter em Bragança Paulista. Já classificado para as finais do Campeonato Brasileiro, o Grêmio jogou um dos piores primeiros tempos que já vi (provavelmente foi o pior daquele glorioso ano de 1996), foi para o intervalo levando 3 a 0, debaixo de vaias. Um vexame digno do “Top 10 – Humilhações” parecia se anunciar. Mas aquele era o Grêmio do Felipão. Sabe-se lá que impropérios o treinador falou no vestiário, mas o time voltou melhor no segundo tempo, e até fez um gol. O Goiás seguia na frente, com 3 a 1 no placar.

Porém, naquele momento a atenção se voltava a Bragança Paulista. O Inter precisava vencer um adversário já rebaixado para também ir às finais – se empatasse dependeria de resultados paralelos (dentre os quais, uma vitória do Grêmio seria bem-vinda). Os colorados já se sentiam jogando em Tóquio em dezembro de 1997. Só esqueceram de avisar o Bragantino, que venceu por 1 a 0.

No Olímpico, o jogo já era burocrático: o resultado era bom para o Goiás, que se classificava; e o Grêmio só esperava seu adversário nas quartas-de-final. E ainda por cima, o Inter estava fora. Numa jogada de mestre, o responsável pelo placar do Olímpico fez com que o letreiro passasse a exibir os dizeres “TORCEDOR GREMISTA, ‘ELES’ ESTÃO FORA”. Assim os gremistas que já pensavam em vaiar o time ao final do jogo (até eu vaiaria!), saíram do estádio felizes da vida, cantando músicas que debochavam dos vermelhinhos.

8. São Caetano 5 x 0 Inter (13/12/2003)

Eu não vi, não ouvi, nem prestei atenção em boa parte deste jogo da última rodada do Campeonato Brasileiro. Tinha uma atividade no PT (velhos tempos de filiado no PT…) que começava aproximadamente junto com o segundo tempo. Quando saí de casa e me dirigi à avenida João Pessoa, o São Caetano já vencia por 1 a 0.

O fato de não ter prestado atenção não queria dizer que eu não desejasse ardentemente a derrota vermelha. Afinal, bastava um empate para o Inter se classificar para a Libertadores de 2004. Um pontinho apenas, e eles fariam o que não conseguiam desde 1993. Seria um péssimo final para o ano do centenário gremista.

Eu também havia sido convidado para ir a uma pizzaria, comemorar o aniversário de uma amiga. A princípio eu não iria. Porém, quando recebi uma mensagem da minha mãe, me informando que o São Caetano havia vencido por 5 a 0, minhas convicções políticas foram vencidas pela fome – estomacal e “flauteal”. Informei que teria de sair, peguei um ônibus e me mandei para a pizzaria. Cheguei lá, e antes mesmo de cumprimentar a aniversariante, mostrei uma mão aberta a um amigo, primo dela, que era colorado…

Ainda bem que no dia seguinte o Grêmio fez 3 a 0 no Corinthians e se livrou do rebaixamento, se não toda essa diversão da véspera teria sido em vão.

7. Fluminense 2 x 1 Inter (01/09/2004)

Sequei muito, mas não adiantou. O Fluminense venceu o Inter por 2 a 1… PERAÍ??? Não tá errado esse troço???

Não: naquela noite, secar o Inter era… Torcer pelo Inter!

O técnico do Inter era Joel Santana. Desde que fora contratado, já se dizia que não daria certo, seu estilo não combinaria com o “futebol gaúcho”.

E de fato, não deu certo. Joel assumiu o time em 6º lugar no Campeonato Brasileiro, e já estava em 18º. Alguns já diziam que ia conseguir acabar atrás do pior Grêmio de todos os tempos. Se perdesse para o Flu, “tchau tchau, Joel”. Se ganhasse, seria ótimo para nós gremistas: o técnico ganharia uma sobrevida, e depois perderia mais umas três ou quatro partidas… Mas, por perder aquela, acabou demitido.

6. Inter 0 x 4 Juventude (02/06/1999)

Algumas horas antes daquele jogo, eu comentei com uma colega do curso de espanhol que eu fazia, colorada: “o Inter não vai perder hoje, vai ser 2 a 2”. De fato, era o que eu torcia que acontecesse, não imaginava uma vitória do Juventude no Beira-Rio. O empate com gols classificaria o Ju para a final da Copa do Brasil, já que o jogo de Caxias havia acabado em 0 a 0.

Tamanho pessimismo antes do jogo fez com que eu soltasse gargalhadas ao final da partida. Principalmente ao lembrar do meu irmão, sempre confiante, que estava no estádio assistindo àquele baile… É bom demais o Inter dar vexame e o meu irmão assistir ao vivo!

5. Inter 0 x 1 Cruzeiro (13/11/2002)

Penúltima rodada do Campeonato Brasileiro. O Inter estava na zona do rebaixamento, e precisava vencer para não colocar o pé na cova. Os colorados lembravam o jogo contra o Palmeiras, em 1999. Havia uma imensa mobilização deles.

Que não deu certo. O Cruzeiro venceu por 1 a 0, alguns jogadores do Inter já falavam em ficar para jogar a Segundona em 2003, de tão certa que era a queda. No bom e velho portão 8, muitos protestos, e muitas lágrimas.

Em casa, meu irmão tão quieto, mas tão quieto, que chegava a assustar. Nem cheguei a flautear na hora. Decidi guardar as energias para a última rodada.

Eu tinha tanta certeza, que nem fiz força para secar no último jogo, Paysandu x Inter. Já previa uma Série B 2003 com Palmeiras, Botafogo e Inter: apenas dois subiam, assim sobraria um grande para ficar mais um ano no purgatório. Mas eu não contava com a, no mínimo, amarelada do Paysandu, diante de sua torcida em Belém do Pará.

4. Irã 2 x 1 Estados Unidos (21/06/1998)

Esse era o jogo mais aguardado da primeira fase da Copa do Mundo de 1998. Afinal, reunia dois países que estavam há quase 20 anos sem relações diplomáticas. Rivalidade extra-campo entre duas seleções sem tradição no futebol.

Não era admirador do regime teocrático do Irã. Mas também detestava os Estados Unidos e sua política imperialista. Como não eram as palavras em persa que aos poucos iam se incorporando ao dia-a-dia do Brasil, ficou óbvio para quem – ou melhor, contra quem – eu torceria.

E de fato, sequei os Estados Unidos. Bastante no jogo contra o Irã – com direito a muita vibração nos gols iranianos – mas também em toda a primeira fase da Copa do Mundo. A seleção dos EUA perdeu seus três jogos (Alemanha, Irã e Iugoslávia) e ficou em último lugar na Copa.

3. Palmeiras 1 x 2 Cruzeiro (19/06/1996)

Quando um clube brasileiro disputa a decisão da Libertadores contra um estrangeiro, o doutor em Física Galvão Bueno sempre diz: “fulano é o Brasil na Libertadores!”.

Naquela noite, o Cruzeiro, hoje “Brasil na Libertadores”, era “o Grêmio na final da Copa do Brasil”. Tudo porque na semifinal entre Grêmio e Palmeiras, o bandeirinha anulara um gol legítimo de Jardel. Fiquei com ainda mais raiva do Palmeiras – que eu considerava, à época, o verdadeiro rival do Grêmio, já que o Inter não ganhava nem torneio de cuspe.

E de fato, o Cruzeiro “foi Grêmio” naquela noite. Após a vitória de virada dos mineiros, um de seus jogadores falou que a Raposa havia “vingado o Grêmio”.

No dia seguinte, cheguei cedo à aula. Pouco depois, chegou meu colega palmeirense Giuseppe (que no dia anterior já se dizia campeão), com aquela típica cara de “tive uma noite terrível”. Chovia e fazia frio naquela manhã, tempo perfeito para se pegar uma gripe, então recomendei ao Giuseppe que tomasse um Energil-C: o nome do comprimido de vitamina C estampava a camisa do Cruzeiro campeão.

2. Inter 2 x 2 São Paulo (16/08/2006)

Às vésperas desse jogo, ouvi alguns gremistas falarem em um tal de “ser gaúcho”. O que justificaria… Torcer pelo Inter!

Claro que não engoli tamanha sandice. Afinal, se o São Paulo ganhasse a Libertadores pela 4ª vez, teria todo aquele destaque na televisão, etc., etc., mas a solução para isso era muito simples: desligar a TV. E os são-paulinos, salvo um ou outro perdido por aqui, estão em São Paulo. Já os colorados estão aqui, muitas vezes dividindo o mesmo teto – meu caso. Aguentá-los, não é para qualquer um.

A tarefa do São Paulo era complicada, mas não impossível. Precisava vencer por dois gols de diferença para ser campeão – se vencesse por 1 a 0 nos 90 minutos, haveria mais 30 de prorrogação. Havia esperança.

Que parecia se ir quando o Inter fez 1 a 0. Mas renasceu no início do segundo tempo, com o empate são-paulino. O Inter ainda faria 2 a 1, mas o São Paulo ainda buscou o 2 a 2, faltando poucos minutos – apavorando os colorados e enchendo de esperança os gremistas de verdade. Eu já vislumbrava o Clemer levando o frango da vida dele, e um Beira-Rio inundado de lágrimas.

Mas, o frango não aconteceu, e deu Inter, campeão da Libertadores pela primeira vez. Para escapar da flauta, tive uma boa ideia: cumprimentar os rivais, que ficaram bastante surpresos com minha atitude. Bastante compreensível, afinal, nem tudo estava perdido. Ainda.

1. Ih, cadê a 1???

Esta fica para um post a parte. Primeiro, porque este já está muito grande. Segundo, porque, de fato, merece um post a parte, só para ela.