Não foram só colorados, são-paulinos, palmeirenses e santistas que ficaram felizes da vida com o rebaixamento do Corinthians à Série B do Campeonato Brasileiro. A impressão que dá, é que quase o Brasil todo comemorou. No final do jogo de domingo, o Olímpico era uma festa, apesar da partida “mole” que o Grêmio havia jogado, sem a mínima raça.
E isso não é devido à roubalheira de 2005 (para os colorados) nem à derrota na final da Copa do Brasil de 1995 (para os gremistas). Há tempos a Placar divulgou uma pesquisa que apontava o Corinthians como o clube mais odiado do Brasil. Pensei comigo mesmo: por que tanto ódio ao “Timão”?
O Corinthians, há muitos e muitos anos, é um dos clubes com mais exposição na mídia nacional. Tanto que com a derrota para o Vasco – que deixou o time à beira da Série B – a alta chance de rebaixamento tornou-se assunto no país inteiro. E a queda também.

(charge do Kayser)
A televisão, por ser privada, segue uma lógica comercial: passa o que dá mais audiência. Flamengo e Corinthians têm, supostamente, as duas maiores torcidas do Brasil. Assim, entende-se porque seus jogos passam em rede nacional muito mais vezes do que os da dupla Gre-Nal: mais gente “se interessa” por Flamengo e Corinthians.
Em termos de conquistas, São Paulo, Santos, Grêmio, Internacional e Cruzeiro são maiores que o Corinthians, mas o que vale é a “quantidade”, ou seja, o número de torcedores telespectadores. Assim, fica muito claro que tudo o que falam do Corinthians na mídia não se deve a feitos históricos ou times memoráveis: é pura questão de “mercado”.
Com outros grandes clubes também não houve a mesma exploração midiática do rebaixamento. Nem vou falar do Grêmio para evitar ser muito passional: lembro do Atlético Mineiro. Em 2005, quando o Galo caiu, não houve documentário especial no Esporte Espetacular, nem grandes debates em rede nacional.
Porém, acho que só a exposição na mídia não explica tudo. Pois o Flamengo também é superexposto (por motivos que já citei), e não é tão detestado como o Corinthians – pelo menos aparentemente.
Talvez seja a arrogância. Nisso, tenho um exemplo daqui de Porto Alegre: o Inter. Eles ganharam o Mundial contra o Barcelona e passaram a se achar “os tais”. É fato: esse negócio deles acharem que o título deles vale mais por ser “FIFA” tornou o clube antipático para muitas pessoas que não tinham nada contra o Inter. Uma amiga minha, que nasceu em Minas Gerais mas mora em Porto Alegre desde 2003, torce pelo Cruzeiro e adotou o Grêmio como segundo time. Mas ela não detestava o Inter: isso passou a acontecer em 2007, quando muitos colorados se tornaram extremamente arrogantes.
Pois bem: o “Timão” sempre teve uma imagem arrogante (o próprio apelido já ajuda bastante). Meu pai, que é colorado, diz que sempre achou o Corinthians e sua torcida muito antipáticos, e depois de 2005 passou a detestar ainda mais o clube paulista. Some-se a isso que, como disse o Thiago Silverolli lá no Cataclisma 14, “tudo que o Corinthians faz é grandioso” – parcerias milionárias, comemorações desproporcionais, enquanto título que é bom…
Porém, ainda não tenho uma conclusão sobre as causas desta antipatia em geral que as pessoas não-corintianas sentem pelo Corinthians.
Passo a palavra ao leitor que não gosta do Corinthians para que diga, nos comentários, os motivos de sua antipatia pelo “Timão”.
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