As redes da previsibilidade

Duvido que exista algo mais previsível do que as redes antissociais. Não à toa, alguns anos atrás chegaram a criar um “calendário de tretas do Facebook” que era INCRIVELMENTE CERTEIRO.

Uma das mais manjadas é a do Dia dos Pais. Para além daquela que também existe no Dia das Mães, sobre validar ou não a “maternidade/paternidade de pet”, também tem toda aquela polêmica sobre os pais serem muito ausentes e ainda assim celebrados.

Não discordo: o fato de meu pai sempre ter sido muito presente ainda que separado de minha mãe desde que eu tinha 5 anos de idade (hoje tenho 40) não torna isso uma regra. Conheço muitas pessoas cuja relação com o pai é de ruim para péssima. (Da mesma forma que também há mães que não fazem muito por merecer homenagens.)

Mas mesmo dentre essas pessoas muitas delas não ficam reclamando de outras celebrarem o Dia dos Pais, inclusive com postagens nas redes antissociais. O problema é que os “reclamões” sempre chamam mais a atenção (e isso que nem são tão poucos realmente). Aí, dê-lhe “problematização” sobre a ausência paterna e o fato de ser uma data comercial. (E qual desses dias comemorativos mais badalados não é?)

Engraçado é que muitos desses “reclamões” não deixam de postar, quando comprometidos, mensagens “fofas” no Dia dos Namorados, que é uma data assumidamente comercial (surgiu para incrementar as vendas em junho), e sem pensar na “ausência sentimental” de pessoas que não gostariam de estar solteiras.

Particularmente, prefiro as homenagens às mães e aos pais que fazem jus a isso (felizmente posso fazê-las sem ser apenas de forma protocolar, ainda que eu prefira comemorar dando abraços e carinho sempre). E no ano que vem, as postagens serão para celebrar as mesmas pessoas. Já as de junho, eu só observo quantas vezes as figurinhas mudam… Acho bem divertido.

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Para aproveitar bem o 12 de junho

Cineminha (para assistir “comédia romântica”)? Jantar “romântico”? “Bem-me-quer, mal-me-quer”?

NÃO!

Sábado é dia de assistir Copa do Mundo! Tem Coreia do Sul x Grécia às 8 e meia da manhã, Argentina x Nigéria às 11, e o “clássico dos imperialismos”, Inglaterra x Estados Unidos às 3 e meia da tarde.

Aí algum “romântico” (aliás, qual o romantismo de uma data meramente comercial?) dirá que se pode fazer aqueles “programinhas a dois” depois dos jogos. Nem pensar! E as mesas-redondas? E a cerveja com os amigos, discutindo os resultados dos jogos? E a atualização da pontuação nos diversos bolões promovidos nessa época? E a discussão dos jogos pela internet (blogs, Twitter)?

Como disse Bill Shankly (1913-1981), ex-técnico do Liverpool,

O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais importante que isso…

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Se o(a) leitor(a), além de não gostar de futebol, está deprimido(a) por não ter ninguém para gastar dinheiro presentear no sábado, e quiser compensar isso comendo, saboreie uma boa pizza de alho e óleo, a melhor que existe.

Não gosta também? Bom, talvez seja a hora de aprender a gostar… Da pizza de alho e óleo, de futebol, ou da solteirice (que tem muitas vantagens, dentre elas, a de ver muito futebol e comer bastante alho sem ter ninguém para reclamar!).