Ao guardar meu título após o voto de domingo, reparei na data de expedição: 30 de outubro de 1997.
Lembro que, mal fiz 16 anos, em 15 de outubro de 1997, eu já quis ir correndo fazer o título, mesmo que a próxima eleição só fosse acontecer quase um ano depois. Os meus colegas de aula à época, em sua maioria, não estavam nem aí para os 16 anos e o direito ao voto, o que eles queriam mesmo eram os 18 e a carteira de motorista. Já eu, ao ter meu título em mãos, passei a exibi-lo, orgulhoso de “ser um cidadão”.
Hoje em dia, vemos isso em propagandas da Justiça Eleitoral que tentam convencer o jovem de 16 e 17 anos a votar. Impossível não sentir certa tristeza ao constatar, 11 anos depois de “me tornar cidadão”, que cada vez menos gente sente interesse por política. Não necessariamente política partidária e eleitoral, mas também a discussão sobre o futuro do país, do Estado, da cidade. Enfim, se preocupar com questões que digam respeito à coletividade ao invés de olhar só para o próprio umbigo. Isso também é política.