Bons tempos em que eu escrevia

Julho, mês que costuma representar o auge do inverno no Rio Grande do Sul, terminou com um friozinho que não representa o que ele realmente foi. Não sei de dados estatísticos quanto a isso, mas provavelmente foi o menos frio desde, pelo menos, 2017.

Se faltou cara de inverno justamente no mês que em outros anos foi o auge dele, também é verdade que o frio esteve mais presente do que eu aqui neste espaço. Tanto que fui escrever estas linhas já perto da meia-noite, quando julho já estava virando agosto.

Julho terminou tendo como destaque a quarta dose da vacina da covid-19, que tomei justamente no aniversário da primeira. Como boa “comemoração”, a dose fabricada na Fiocruz tal qual a que começou minha imunização em 7 de julho de 2021 me deu uma reaçãozinha, mas muito leve na comparação com a do ano passado: apenas um pouco de sonolência e dor no corpo que na manhã seguinte nem senti mais.

Algo que julho também não teve foi derrota do Grêmio, tal qual junho. Aliás, desde o começo de maio não sabemos o que é perder: não jogamos um futebol vistoso mas fazemos pontos, que afinal de contas é o que importa na Série B – penso que o fundamental é sair desse inferno.

Não prometo maior frequência de textos em agosto pois já faz oito anos que fracasso retumbantemente todas as vezes que digo “agora vou retomar a frequência de textos”. Pois infelizmente não vejo possibilidade de uma retomada da blogosfera como se tinha no final dos anos 2000 e no começo dos 2010. Sem leitores frequentes como naquela época, a motivação para escrever cai.

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Um cão adolescente

Hoje este blog completa 14 anos de existência. Coisa rara, se considerar o contexto no qual ele surgiu e o destino que tiveram vários outros da mesma “leva”. A maioria esmagadora da chamada “blogosfera progressista” da virada dos anos 2000 para os 2010 ou acabou, ou não é mais atualizada há muito tempo.

O Cão Uivador chegou a trilhar o mesmo destino em 2015. Este que vos escreve queria “algo novo” e resolveu criar outro blog. Mas não adiantava: minha “identidade blogueira” seguia sendo o velho Cão. Que, se considerarmos a famosa “regra” de que um ano canino vale por sete humanos, está quase se tornando “centenário”… Mas pela “escala humana”, é um adolescente cheio de espinhas.

Ano passado fiz um texto rápido sobre o 13º aniversário do Cão, que era mais um desabafo com a pandemia que não acabava nunca. E fazia só dois meses… Agora já são 14 meses de vida suspensa quando o blog completa 14 anos.

Entre um aniversário e outro várias coisas aconteceram. Minha avó faleceu menos de um mês após aquele texto, no dia 5 de junho. Foi triste, mas também um alívio já que ela sofreu demais nos últimos anos de vida: “descansou”, como costumam dizer.

A Libertadores não acabou no “Gre-Nal do fim do mundo” como achei que aconteceria: ela não só foi disputada até o fim como a edição de 2021 já passou da metade da fase de grupos – e sem o Grêmio, que teve preguiça de jogá-la. O futebol voltou mas os estádios seguem vazios até sabe-se lá quando.

Os Estados Unidos se livraram de Donald Trump, pelas urnas. E o Brasil insiste em não fazer o impeachment de Jair Bolsonaro: até quando vamos tolerar esse genocida no poder?

Uma coisa não mudou muito: minha rotina. Em setembro de 2020 voltei ao trabalho presencial, em regime de revezamento. Mas nas semanas que não vou ao serviço, passo a maior parte do tempo em casa. Com exceção dos últimos três meses, quando meio que “voltamos à estaca zero”: no começo de fevereiro estive em licença para acompanhar minha mãe após a cirurgia cardíaca dela; depois veio o tsunami de casos no Rio Grande do Sul e o fechamento parcial das atividades. (Que não é lockdown, NÃO HOUVE LOCKDOWN NO BRASIL, salvo casos muito pontuais como Araraquara, onde deu muito certo.)


Como estaremos em 14 de maio de 2022, quando o Cão chegará ao 15º aniversário? Eu, sinceramente, quero em primeiro lugar estar vivo (não é exagero desejar isso quando se mora no Brasil atual), em segundo vacinado (se tomar ainda em 2021 celebrarei muito) e em terceiro já não tendo mais Bolsonaro como presidente. É pedir muito?

Voltar às origens

Há mais de dois meses postei aqui sobre a necessidade de voltar a escrever com regularidade. E o que aconteceu? Apenas um texto (curtíssimo) acerca do incêndio no Museu Nacional, e mais nada…

Não voltei a escrever com regularidade, e creio que isso se deveu justamente a algo que já diagnostiquei naquele 28 de agosto: o melhor lugar para a retomada é justamente aqui, onde “tudo começou”. Voltar às origens é a melhor maneira de recomeçar – mesmo que seja impossível partir do “zero” novamente.

Até porque o Cão, embora já tenha passado por áureas fases em que tinha muitas visitas diárias, nunca deixou de ser algo mais “pessoal”. Não me preocupava se o que escreveria seria “relevante”, até por saber que ainda assim seria lido. Hoje, é verdade, isso é bem mais difícil de acontecer, mas percebo que o fundamental é parar de querer escrever para outras pessoas – ainda que obviamente elas possam ler, por ser publicado abertamente – e sim expressar, com minhas palavras, o que realmente quero dizer.

Vamos ver se agora vai. E quem sabe assim consigo terminar um outro texto que pretendo publicar no Medium.

Preciso voltar a ser escritor

Lá se vão mais de três meses desde o último post aqui no Cão. Neste meio-tempo tivemos uma Copa do Mundo que curti muito (apesar de mais um fracasso de nossa América Latina) e a criação de uma newsletter na qual pretendia dar “notícias minhas” em substituição ao Facebook, o qual ainda quero abandonar em 2019 – sim, pleno agosto e já tenho “resoluções de ano novo”.

Um dos propósitos da newsletter também era o de retomar o hábito de escrever, e já posso dizer que fracassei nisso. Pretendia mandá-las sempre aos domingos, mas já na segunda atrasei; ainda houve mais uma, e depois não escrevi mais.

Mas este breve texto que escrevo aqui não deixa de ser positivo neste aspecto. Pois é um “reconhecimento público” – ainda que vá ser lido por meia-dúzia de pessoas – de um fato: preciso voltar a escrever com regularidade, como fazia até 2014. Sinto que minha vida necessita de um propósito que vá além da entediante rotina de acordar, tomar café, ir trabalhar, chegar em casa, tomar banho, comer alguma coisa e ligar a televisão e/ou ficar rolando a tela do celular ou do computador logado em uma rede social.

Preciso voltar a ser escritor. E provavelmente não haja melhor lugar para isso do que aqui no Cão, minha “casinha” das palavras.

11 anos de Cão Uivador

Foi em 14 de maio de 2007, uma segunda-feira, que este Cão Uivador teve seu primeiro texto publicado. Era o início de uma trajetória que duraria quase oito anos sem interrupções.

A primeira foi uma “crise” não somente do blog, como de seu próprio autor. Era um momento de desânimo com a vida, no qual meu futuro era incerto. Mas reuni motivação para dar seguimento ao Cão – que celebrou seu sétimo aniversário em 14 de maio de 2014 e semanas depois ganhou domínio próprio.

Agora, o que podemos chamar de “interrupção” aconteceu no início de 2015 – ironicamente, não por conta de uma “crise”, visto que o momento vivido era dos melhores: em janeiro daquele ano me mudei para Ijuí, era o início de uma nova experiência de vida. Algo que deveria inspirar novos textos. Porém, além de toda a função da mudança, no começo de minha jornada no noroeste gaúcho também não tive internet em casa – levou cerca de duas semanas para eu não depender do celular para me conectar.

Algo interessante é que cheguei a escrever um texto falando de algo que muito me chamava a atenção por lá: o céu noturno. Afinal, por ser uma cidade menor, a iluminação ijuiense ofusca menos o brilho das estrelas. Lembro de várias noites nas quais ficava muito tempo simplesmente olhando para o céu, sem nem tentar contar as estrelas. Porém, o rascunho do texto no qual falava isso ficou incompleto: a última edição foi na madrugada de 22 de março de 2015 – quando o Cão já acumulava 74 dias sem atualizações. Provavelmente deixarei lá, sem publicar, pois terminá-lo hoje, quando moro novamente em Porto Alegre, não seria a mesma coisa.

Não deixa de ser curioso que apenas dois dias depois de salvar este rascunho finalmente voltei a atualizar o blog. E o motivo foi, ironicamente, o longo tempo parado. Foi aparentemente uma retomada (afinal, já tinha pensado seriamente em acabar com o blog), pois dois dias depois teve novo texto. Mas depois, mais duas semanas de parada até postar em homenagem a Eduardo Galeano, falecido em 13 de abril de 2015. E, 42 dias depois, o “fim” – e início de um novo blog, que seria mais “condizente” com o novo momento. Assim como oito anos antes (a propósito, não houve postagem pelo oitavo aniversário do Cão), em uma segunda-feira de maio.

Com isso, passou sem nenhuma lembrança o décimo aniversário do Cão, ano passado. Aquele 25 de maio de 2015 parecia ter sido, realmente, um ponto final.

Mas não foi. Decidi retomar o Cão em fevereiro de 2018, mas com uma proposta diferente da anterior (e sem domínio próprio): mais com cara de “anotações dos meus pensamentos” do que para textos mais “sérios”, analíticos. Não que eu tenha aberto mão disso, mas tenho preferido fazer em outros lugares, como em publicações no Medium.

E hoje, depois de quatro anos, volto a celebrar o aniversário do Cão Uivador. Em uma segunda-feira de maio. Com uma “novidade”: incorporei a ele os textos escritos no blog criado naquela outra segunda-feira de maio, na qual ele aparentemente tinha “acabado”. Agora, tudo é Cão, sem divisões.

O blog não acabou de novo

Sim, meio que “deixei de lado” o Cão nas últimas semanas. Mas não foi de propósito. Às vezes simplesmente me esqueço de vir aqui.

A verdade é que ao longo do mês de março – e também no começo de abril – pretendo ficar um pouco mais afastado não simplesmente do blog, como também das mídias sociais, devido à preparação para um concurso. Ainda que eu não tenha lá muita esperança de ficar bem classificado, também não dá para desistir.

Fato importante deste março que se inicia, porém, não deve ser esquecido. No final de setembro de 2015, embarquei em um ônibus à meia-noite em Ijuí, vindo às pressas para Porto Alegre, pois minha avó estava internada em estado grave no hospital. Temi não chegar a tempo de vê-la com vida.

Eis que quase dois anos e meio depois, podemos comemorar mais um aniversário dela. Tudo bem que com muitas limitações na comparação com cinco ou seis anos atrás. Mas o fato é que mais uma vez passo um 5 de março com ela – o único que passei longe foi justamente em 2015, por estar morando em Ijuí.

Agora é oficial: o Cão Uivador recomeçou

Nas últimas semanas, andei pensando muito em voltar a ter blog. Afinal, ando escrevendo pouco – mesmo que eu participe de algumas publicações no Medium.

Aí me veio a dúvida: começar um novo blog do zero? Dar continuidade a um que criei no mesmo dia em que encerrei as atividades do Cão Uivador em 25 de maio de 2015? Ou “ressuscitar” o Cão?

Uma olhada nas estatísticas sepultou a dúvida: mesmo que inativo há quase três anos, o Cão ainda tem alguma audiência, por incrível que pareça. Buscas no Google ainda trazem gente para cá.

Por isso, anuncio: o Cão está de volta. Agora é para ficar?

Certamente não voltarei ao ritmo de postagens que tinha de 2007 a 2013. Nem poderia prometer isso, visto que os dois próximos meses reservam bastante estudo para um concurso. Mas acho legal ter um espaço para escrever rápidas reflexões – e não, definitivamente não é o Facebook tal espaço.


Embora não curta Roberto Carlos, foi impossível não lembrar da música dele que compartilhei lá no começo…

E também não deixarei de escrever nas publicações que participo no Medium. A volta do Cão servirá apenas para tentar escrever com mais frequência.

Agora, vai?

Retomei o blog em fevereiro deste ano, só que pouco tempo depois parei. Agora me deu vontade de passar a usá-lo no lugar do Medium – como fazia até meados de 2015 – mas percebi que é mais vantajoso fazer como naquele período de “retomada”: escrever aqui e não postar link em lugar nenhum, para me sentir mais livre, sem a exposição causada pelo Facebook. E assim mantenho o Medium para “assuntos relevantes” – o que não tem acontecido ultimamente, meu último texto por lá é do começo de junho.

Aconteceram algumas mudanças nesse tempo. Uma delas foi justamente aqui no WordPress: infelizmente não tem mais a opção “justificado” no alinhamento do texto. Tive de fazer uma “enjambração”, usando o código HTML e criando vários “parágrafos” só com a letra “a” para escrever cada parágrafo em cima mantendo o alinhamento que quero. Depois, no final, é só deletar os “parágrafos” com “a” que sobrarem.

Outra mudança foi a de endereço. Depois de dez meses morando com a minha mãe após o retorno de Ijuí, voltei a viver sozinho – o que não quer dizer 100% do tempo a sós.

Em abril, voltei a ser sócio do Grêmio após quatro anos. Está valendo a pena, dados os bons resultados e, principalmente, o grande futebol apresentado pelo Tricolor neste ano de 2017. Ficou difícil ganhar o Brasileirão, mas na Copa do Brasil e na Libertadores vejo o Grêmio como candidatíssimo a ser campeão.

Por fim, espero que o “efeito novidade” (ainda que tal blog seja tudo, menos “novidade”) me motive a escrever com mais regularidade. E quem sabe assim não sai logo algum “texto relevante” para o Medium…

Do Twitter ao blog

O Twitter tem muitas vantagens em relação ao Facebook. Não é tão repleto de “cagadores de regra”, dá maior liberdade de ignorar idiotas que só aparecem para provocar, e o principal: não é uma rede “de amigos”, mas sim de “seguidores”. Tenho muitos “amigos” que não sigo no Twitter e vice-versa, mas no Facebook lá estão…

Só que o Twitter tem um problema: limite de 140 caracteres. Com isso, o que se quer dizer acaba ficando “quebrado” em vários “tweets”. Embora ainda seja a rede ideal para “xingar muito”, em especial a galera chata do Facebook.

Nesse aspecto, o blog tem uma vantagem: poder escrever mais. E como não estou divulgando os links no Facebook, me dá uma liberdade bem maior.

De repente faço isso no próximo texto. Agora não, pois estou com sono (sim, madrugada de sábado e vou dormir cedo, mas foda-se).

Retomando o blog

Pela primeira vez em quase um ano e meio volto a postar um texto aqui – fora os que tinha publicado no Medium e simplesmente “copiei e colei”. (A propósito, nem os mantive aqui, pois os “originais” ficaram por lá.)

Decidi retomar o blog para postar textos num tom mais, digamos, pessoal. Para falar de amenidades, coisas “desimportantes”. Passarei a usar o Medium para escrever sobre assuntos mais “relevantes”, como… Futebol (risos). Ou História. Ou mesmo História do Futebol.

Não sei se haverá atualizações muito frequentes, mas nem pretendo me estressar com isso. Até porque quase ninguém virá aqui mesmo…