Sobre uma urgência: a eleição mais importante de nossas vidas

Neste domingo irei à minha seção eleitoral e, após digitar os números de meus candidatos para quatro cargos, virá o quinto e mais importante de todos, ainda mais em 2022: o de Presidente da República.

Só que não será uma simples escolha de uma pessoa para governar o país pelos próximos anos. Será um voto, dentre diversos motivos:

– Para que o Brasil volte a ser respeitado, e não motivo de chacota, na comunidade internacional;

– Pelo resgate dos símbolos nacionais das mãos de um grupo político que se diz “patriota” mas na verdade odeia o Brasil e o povo brasileiro;

– Pela transparência e pelo fim dos sigilos de 100 anos;

– Pelos servidores públicos, meus colegas, tão atacados nestes últimos tempos;

– Em defesa do SUS, que aplicou centenas de milhões de doses de vacina contra a covid-19 nos nossos braços, e ainda cuidou muito bem da saúde da minha mãe em três ocasiões apenas no ano passado;

– Pela volta do incentivo à vacinação, o que sempre foi um orgulho nacional;

– Para frear a destruição da Amazônia e do Pantanal;

– Pelas minorias que, somadas, são a maioria de nossa população mas ainda assim enormemente perseguidas: mulheres, indígenas, negros, LGBTQIA+;

– Para que o Brasil saia novamente do Mapa da Fome da ONU;

– Contra a inflação que levou inúmeras famílias à pobreza extrema;

– Contra a violência política e o discurso de ódio que levou a assassinatos nesta campanha — com todos os autores de um lado e as vítimas do outro na disputa eleitoral;

– Pelo fim da interferência dos militares na política;

– Contra o discurso da falsa “polarização”, que põe na mesma barca uma candidatura de centro-esquerda que nunca pregou contra a democracia, e outra de extrema-direita que não tem vergonha alguma de louvar torturadores e a ditadura de 1964;

– Contra os discursos golpistas;

– Contra as teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais;

– Contra o negacionismo e a desinformação;

– Pela memória das quase 700 mil pessoas que morreram de covid-19 desde março de 2020 no Brasil, que não eram apenas números: eram avós, avôs, mães, pais, irmãs, irmãos, parentes, cônjuges, amigas e amigos… E em sua esmagadora maioria, não teriam morrido caso a presidência fosse ocupada por alguém à altura do cargo.

Por tudo isso, meu voto é 13.

Não tenho a ilusão de que teremos a mesma bonança de quando Lula governou o Brasil pela primeira vez: o contexto atual é muito diferente daquele de 20 anos atrás. Talvez fosse bom uma renovação.

Mas isso pode muito bem ficar para depois, primeiro temos de resolver o que é urgente. E nada urge mais do que começar a acabar, o mais rápido possível, com esse inferno que vivemos nos últimos quatro anos. Nem falo em “pesadelo” pois de um é possível acordar: o que temos agora é assustadoramente real, e ainda deve demorar um pouco para passar totalmente — e por isso é preciso dar o primeiro passo.

Fora Bolsonaro. Agora.


Um adendo: na lista de motivos nem falei do horário de verão, extinto por Bolsonaro, por julgar que isso se tornou insignificante diante do horror que passamos. Mas vale a lembrança para ressaltar que, quando se fala que é um “governo das trevas”, não é mera figura de linguagem: nem aquele solzinho que permite ficar no parque até mais tarde durante o verão nós temos mais; em compensação, perdemos o sono pois às 5 da manhã já está muito claro.

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