Ano passado, torci o pé direito quando entrava no Olímpico para assistir a um Gre-Cruz (e como se não bastasse a entorse, o Grêmio ainda inventou de perder). Fiquei alguns dias com o pé enfaixado, e mesmo após tirar a faixa ainda sentia um pouco de dor, que me acompanhou por algumas semanas.
Porém, vez que outra, o pé me volta a doer. A primeira vez pensei em procurar um traumatologista, mas dias depois a dor se foi “ao natural”. Quando pensei que poderia ser sinal de mudança no tempo, achei graça. Ora, como que com só 30 anos eu poderia vir com esse papo? Afinal, geralmente quem sente dores quando vai chover são pessoas de idade, que sofrem de problemas ósseos: as variações na pressão barométrica fazem as articulações incharem, causando dor.
Pois não é que me parece cada vez mais óbvio que torcer o pé direito o transformou num meteorologista? Várias vezes notei essas dores justamente quando a chuva se aproxima. Domingo ele começou a doer depois de bastante tempo (não por acaso, há várias semanas não chove forte em Porto Alegre), segunda piorou um pouco, pensei novamente em marcar consulta com um traumatologista. Então reparei no calorão típico do verão, que me fazia suar. No fim de maio, só podia ser sinal de chuva. Logo, não era mera casualidade a dor no pé…
O pé ainda dói, pois a chuva está se enrolando – aliás, como vem fazendo em todo o Rio Grande do Sul nos últimos meses. Mas tenho certeza de que, depois do mundo desabar e o sol voltar, meu pé voltará ao normal. E eu esquecerei do traumatologista, até a próxima dor – ou melhor, até a próxima mudança no tempo.
Pois é! Aqui em casa o meteorologista é o cachorro. Como ele tem rinite crônica, antes de uma mudança climática ele começa a espirrar ou tossir e não dá outra! Geralmente, o cachorro desmente a previsão do tempo do Cléo Kuhn.
Eu acho melhor você procurar um traumatologista