A mesma equipe que produziu o excelente “Dividocracia” agora apresenta um novo documentário. “Catastroika” demonstra o quão desastrosos são para os cidadãos os impactos das privatizações de serviços essenciais como água, energia, transportes etc.
O nome “catastroika” é uma corruptela de “perestroika”, a fracassada tentativa de reestruturação da economia da União Soviética implementada por Mikhail Gorbachev. O nível de vida na Rússia, que já havia caído nos últimos anos do regime soviético, despencou de forma assustadora após a desintegração da URSS, aumentando a insatisfação popular. O presidente Boris Yeltsin, que vinha promovendo a venda das antigas estatais soviéticas a “preço de banana”, enfrentava a oposição do povo e do parlamento (dominado pelos comunistas), e reagiu dando um golpe de Estado em 1993: eliminada a oposição, levou adiante o processo de privatizações. E a Rússia não se democratizou, como prometiam os “liberais de plantão”: assim como no Chile de Augusto Pinochet, a implantação do neoliberalismo foi um processo não-democrático.
São medidas semelhantes que agora estão sendo aplicadas na Grécia e em diversos países afetados pela crise econômica, que a utilizam como pretexto para saquear os bens públicos.
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A troika, no caso, não seria referência ao BCE, FMI e Comissão Europeia?
Na verdade, pode-se referir a ambas – mas os russos costumam falar em “catastroika” relacionando-a à perestroika, no sentido de “catástrofe”.