Li a pérola abaixo, comparando a imagem da deusa grega Têmis (símbolo da Justiça) com os crucifixos que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul ordenou serem removidos de suas dependências, na página 2 do jornal Metro Porto Alegre de ontem:
Se ela é um símbolo fictício que representa a Justiça, por que Jesus não pode representar a todos nós também?
O autor é o arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings. E responder a tal questionamento é tão fácil que dá vontade de rir.
Ora, por que o crucifixo não pode representar a todos nós? Muito simples: porque ele não representa a todos nós. E não falo simplesmente de quem não é cristão: até mesmo algumas igrejas protestantes – ou seja, também cristãs – não têm o crucifixo como um símbolo.
O crucifixo não representa a todos nós, assim como o distintivo do Brasil de Pelotas não simboliza toda a população pelotense. Pela lógica da imposição de um símbolo por representar uma maioria, em Pelotas os órgãos públicos teriam de ostentar o distintivo do Brasil. Assim como também os símbolos do partido no governo – o que faria, no caso do Rio Grande do Sul, a bandeira do PT ser hasteada nos prédios públicos estaduais. (E aí, amigos, podem ter certeza que muitos dos defensores dos crucifixos denunciariam a atitude antidemocrática do governo.)
E se o argumento for manter o crucifixo pela “tradição”, então perguntem porque após a renúncia de Mikhail Gorbachev em 25 de dezembro de 1991 a bandeira vermelha da União Soviética foi arriada do mastro no alto do Kremlin e substituída pelo pavilhão branco, azul e vermelho da Rússia. Sim, pois se fosse tão importante “manter a tradição” mesmo que ela não fizesse mais sentido, a bandeira comunista não teria sido removida após 74 anos como símbolo nacional – a maioria esmagadora da população russa jamais vivera sob outro regime que não o soviético.
Exatamente, a Têmis representa a justiça, mas Jesus não representa TODAS as religiões, só a dele (Dadeus). Interessante como certas pessoas acham que a SUA religião é maior e melhor do que as outras. Falando nisso, onde já se viu um símbolo religioso representar ateus e agnósticos??? Onde é que esse cara estudou teologia??? Me poupem…
Ops… no lugar de “só a dele”, leia-se: “mas a dele”, uma vez que o cara representa várias religiões além da católica.
Enfia o crucifixo no seu rabo comunista e goze dos prazeres da Igreja, aquela que vcs nunca conseguirão eliminar, trouxas
Não tenho o hábito de deixar passar comentários idiotas, mas tive de abrir uma exceção, já que isso é ponto a favor do que defendo. Demonstra bem quem é o “intolerante” nessa história…