Descritério, também conhecido como “Conmebol”

Quando foi divulgada a tabela da Libertadores de 2011, o jogo Grêmio x Júnior Barranquilla estava marcado para amanhã, às 22h. Muito tarde para o torcedor voltar para casa depois. Aí, a Conmebol decidiu mudar o dia e o horário: a partida passou para a quinta-feira, 7 de abril, às 20h15min. “Perfeito”, pensei. Afinal, não é cedo demais para quem trabalha até o final da tarde ir ao Olímpico, nem tarde demais para ir embora.

Mas então, sabe-se lá o motivo, houve nova mudança. O jogo foi mantido na quinta, mas o pontapé inicial foi antecipado para às 19h15min. O gremista que trabalha até o fim da tarde terá de se desdobrar para ir ao Olímpico, ainda mais com o caótico trânsito de Porto Alegre, que só piora.

Obviamente não temos como concorrer com a Europa em termos financeiros, mas por que não copiá-los ao menos no quesito “organização”? Pois a Liga dos Campeões não é apenas um torneio milionário, como também muito bem organizado. Não tem essa história de trocar horário de jogo tantas vezes, nem de “clube convidado”, como se viu na Libertadores do ano passado, quando os mexicanos Chivas Guadalajara e San Luis não só participaram por convite, como entraram direto nas oitavas-de-final (se bem que isso também foi fruto do que aconteceu em 2009, quando a Conmebol prejudicou os clubes mexicanos por conta da gripe A, que começou a ser noticiada no México).

Mas, não bastasse a falta de critérios compreensíveis na organização do principal torneio de clubes da Conmebol, ela também atinge a competição de seleções organizada pela entidade, a Copa América. E não é de agora.

Desde 1993, o torneio é disputado por doze seleções: as dez integrantes da Conmebol, mais duas convidadas. Geralmente, fazendo jus ao nome de “Copa América”, os convites eram dirigidos a seleções da Concacaf (ou seja, também da América). Só que na edição de 1999, no Paraguai, a Conmebol decidiu inovar: convidou o México e o Japão. Motivo? Sei lá, vai ver descobriram que o arquipélago japonês era ligado ao continente por um istmo (igual à Sbórnia) e acabou se desgarrando, indo parar lá junto à Ásia… Nada contra a seleção do Japão – que apresentou bom futebol na última Copa do Mundo, se classificando com toda a justiça para as oitavas-de-final – mas sua competição continental é a Copa da Ásia (que, aliás, conquistou em janeiro passado).

Em 2011, novamente o Japão participaria da Copa América. Mas, por conta do catastrófico terremoto que atingiu o país no mês passado, a seleção nipônica desistiu do torneio. Para ocupar a vaga dos japoneses na competição que será disputada em julho na Argentina, imaginei que a Conmebol chamaria alguma seleção da Concacaf. Opções não faltam: Costa Rica (que disputou três das últimas seis Copas do Mundo), Estados Unidos (cujo futebol melhorou muito nos últimos anos), Honduras (que em 2001 ficou em 3º lugar na Copa América, com direito a vitória histórica de 2 a 0 sobre o Brasil nas quartas-de-final) etc. Até poderia haver uma novidade, com Guiana ou Suriname disputando o torneio – apesar de serem países sul-americanos, suas seleções jogam pela Concacaf.

Mas não. A Conmebol pensa em convidar a Espanha… Tudo bem, em termos de qualidade do futebol, seria um GRANDE ganho para a competição ter a atual campeã mundial. Mas, por que raios de motivos não convidar uma seleção da América, se o torneio é “Copa América”???

Bom, se a Espanha for jogar a Copa América, faço coro à proposta do Vicente Fonseca no Facebook: em troca disso, que o Uruguai dispute a Euro 2012 (de preferência, decidindo o título com a Romênia). Quero só ver se a UEFA toparia dar uma de Conmebol.

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