A RBS lançou uma campanha institucional pela redução do número de acidentes de trânsito. Na Zero Hora de hoje, todos os colunistas vestiram a camiseta da campanha.
Seria muito melhor se ao invés de pedir aos motoristas que não corram – há anos se faz isso, e de nada adianta, as mortes nas rodovias continuam – a RBS fizesse uma campanha para que se reduzisse a motorização da sociedade. Que se investisse mais em ferrovias – uma das formas mais seguras de se viajar – do que em rodovias. Quanto mais carros rodando, maiores as chances de acontecerem acidentes.
Mas é claro que isso eles jamais fariam. Afinal, as empresas automobilísticas anunciam em seus jornais. Pedir mais trens e menos automóveis significa menos dinheiro nos cofres.
Na Europa, o trem é um dos meios de transportes mais utilizados. Já o Brasil decidiu imitar os Estados Unidos e priorizar a rodovia. Com a chegada da indústria automobilística ao país, durante o governo de Juscelino Kubitschek (que, ironicamente, morreu num acidente de carro), as ferrovias foram abandonadas e o Brasil passou a cultuar o automóvel, a considerá-lo um “símbolo de desenvolvimento”: quem não lembra da choradeira dos nossos “formadores de opinião” quando a Ford decidiu não ficar no Rio Grande do Sul porque o Olívio não lhe repassaria milhões de mão beijada?
Some-se a isto o fato de que para muitos motoristas – principalmente homens – o automóvel é uma extensão de si mesmo, daí a “necessidade” de mostrar a potência do motor acelerando o carro. Resultado: mortes e mais mortes nas estradas.
Rodrigo,
Aos poucos, vou começar a postar mais sobre o apocalipse motorizado. Tenho um texto do Ned Ludd que meu professor Fabrício Silveira passou durante a sua excelente disciplina de Mídias e Culturas Urbanas no mestrado da UNISINOS e um texto muito legal de uma aluna de Sociologia da UFRGS.
[]’s,
Hélio